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31/10/2018

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Muitas pessoas desvalorizam o passado, dizendo "quem vive de passado é museu". Outros dizem que aquilo que já passou não importa mais, afirmando que apenas o presente é essencial.


O presente é, realmente, essencial. Mas é inegável, também, que o passado representa muito em nossas vidas.


O dia de hoje é extremamente influenciado pelo dia de ontem. Somos o que somos no presente por causa daquilo que fizemos no passado, incluindo atos bons e também alguns vacilos. É natural.


No entanto, antes de dar um passo agora, é preciso olhar para trás como uma fonte de consulta, para evitar o que deu errado e repetir aquilo que deu certo. Aliás, é para isso que servem as aulas de história no colégio.


Assim, é importante viver o presente, mas sem esquecer aquilo que já passou. Pensar bem no dia de hoje, baseado na experiência que cada um carrega, permitirá termos boas lembranças no futuro.


Quem esquece de onde veio não sabe para onde vai. E, sabendo para onde ir, teremos boas lembranças no dia de amanhã. E, para todas as pessoas, uma hora só restará aquilo que já passou.


Neno



14/10/2018

  º Mistérios... º





A porta fechada com um velho cadeado...

Por trás dela, mistérios indevassáveis...

De ferrugem como ele, imaginava-se estar também o coração daquela idosa, que ainda resistia às doenças que a vida lhe preparava, mas mesmo assim, não destrancava os segredos de sua vida...

Seu coração resistia, como resistia sua língua em contar inimagináveis acontecimentos daquela vida...

Aquilo tudo poderia mudar vidas, nomes, sobrenomes.

E ela ainda não deixara o coração se abrir... Seria ato contínuo...Quando alguém o cadeado conseguisse abrir, o velho coração pararia, haveria de deixá-la ir...

Assim pensavam as filhas, assim comentavam entre elas...

O tempo passa e o coração parou...

Ninguém das herdeiras coragem tinham para naquilo remexer...

Dentro delas, a desconfiança ,mas ainda a lucidez.. E foi essa que fez com que fizessem um pacto de irmãs...

Nenhuma naquilo tocaria, nenhuma os tais segredos desvendaria.. Talvez por medo que algo ali dentro, algum escrito, alguma foto ,algum exame ou certidão, estragasse entre elas a linda união!

Assim fizeram e maridos, netos, bisnetos, olham com curiosidade aquela porta fechada com o grande cadeado...

Curiosidade essa, ainda que grande, era cercada do respeito por aquela idosa que quis que tudo assim fosse, que anos e anos viva, conseguia para ser a guardiã da família ,claro à sua forma e jeito...

As filhas, já nenhuma criança eram, poderiam com aquele mistério logo acabar...

Poderiam, mas coragem não tinham...Imaginavam a presença da mãe a lhes criticar e tudo aquilo proibir...

O que seria feito daquilo tudo? Só o tempo...

Ah! Esse tempo, acreditavam elas, que um dia, em pó a madeira iria transformar e então nenhum cadeado mais poderia o "sol com a peneira tapar"!

Seria tarde?

Algumas delas talvez nem mais aquela cena pudessem presenciar, mas pelo menos, em pensamento, fizeram o melhor, para a memória da mãe preservar!

Foi o melhor, queriam acreditar!

Teimavam e precisavam nisso acreditar!

chica